Confusão entre policiais foi “desacerto”, acredita Sindpol

Confusão entre policiais foi "desacerto", acredita Sindpol

 
Publicado no Hoje em Dia, por Renato Fonseca, Danilo Emerich e Raquel Ramos
 
O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais (Sindpol) classificou o episódio envolvendo a troca de tiros entre policiais militares e uma civil como desacerto. "É um caso triste e não muito comum, mas acontece quando tem duas forças policiais dirigindo o mesmo espaço institucional", relatou o presidente do sindicato, Denílson Martins.
 
"Foi um fato lamentável, que ocorreu devido a um erro de comunicação. Atirou primeiro e perguntou depois", prosseguiu. Contudo, ele frisou que ainda é prematuro falar sobre a conduta de cada policial na confusão, já que as investigações ainda estão em andamento.
 
O presidente da Associação dos Praças, Policiais e Bombeiros Militares de Minas (Aspra), sargento Marco Antônio Bahia, também interpreta o caso como uma tragédia. "Lamentamos o fato em si, mas foi um caso isolado, que não vai comprometer o trabalho das duas corporações".
 
Tanto o Sindpol quanto o Aspra acreditam que as corregedorias da Civil e Militar vão trabalhar conjuntamente para esclarecer o caso. "Acreditamos que vai haver uma apuração isenta e a verdade será esclarecida", disse o sargento Bahia.
 
Na troca de tiros entre agentes das duas corporações, a policial civil Fabiana Aparecida Sales foi baleada e o marido dela, o mecânico e vendedor de joias Felipe Sales, de 32 anos , foi morto com um tiro no abdômen, três nas coxas e quatro nas costas. O tiroteio ocorreu na noite de terça-feira (28/04), no bairro Pongelupe, na região do Barreiro, em Belo Horizonte.
 
Os soldados Hamilton Brunno Penido Brandão, lotado na 7ª Companhia da PM, do 5º Batalhão, e André William Murray e Daniel Fernandes, ambos do 41º Batalhão, foram detidos. Durante a madrugada e manhã da quarta-feira (29/04), os três prestaram depoimentos no Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), para o delegado Antônio Harley. Depois dos esclarecimentos, eles foram levados para um batalhão da PM, onde permanecerão reclusos.
 
Por meio de nota, o secretário de Estado de Defesa Social, Bernardo Santana informou que está “aguardando as apurações e levantamentos para chegarmos à verdade sobre o ocorrido”. A Polícia Civil disse que "desde o ocorrido, os primeiros levantamentos começaram a ser feitos pela perícia criminal e investigadores. Por determinação do Chefe da Polícia Civil, delegado Wanderson Gomes, o caso está sob responsabilidade da Divisão de Crimes Contra a Vida, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)".
 
A PM, por sua vez, não comentou o caso.
 
Tiroteio
 
Uma das versões do crime, que consta no Boletim de Ocorrência (BO), é de que o soldado Hamilton Brunno Penido Brandão, lotado na 7ª Companhia da PM, do 5º Batalhão, e os soldados André William Murray e Daniel Fernandes, do 41º Batalhão, todos de folga, foram treinar disparos em um local ermo do bairro. 
 
A investigadora e o marido, que residem na rua Augusto Degois, saíram de casa para averiguar o caso e trocaram tiros com os militares após os dois lados pensarem que se tratava de assaltantes. Ninguém teria se identificado e todos estavam à paisana.
 
Na confusão, o mecânico e vendedor de joias Filipe Sales, de 32 anos, foi morto com um tiro no abdômen, três nas coxas e quatro nas costas. A esposa dele, a investigadora Fabiana Aparecida Sales, lotada em Ibirité, na Grande BH, também ficou ferida. Ela foi baleada nas nádegas, socorrida para Hospital Júlia Kubistchek, onde foi submetida a cirurgia. O quadro dela é estável.
 
Apreensão
 
Depois da troca de tiros, o soldado Hamilton Brunno Penido Brandão foi encontrado escondido no matagal. Embora não tenha sido baleado, Hamilton teria fugido por acreditar que outros dois militares que estavam com ele foram feridos. No local do crime, foram apreendidas duas armas.
 
Fonte: Hoje em Dia