Crime hediondo

Meta de suspeitos de matar delegado em BH era “parar” quando fizessem 18 anos

Publicado no jornal Hoje em Dia, por Aline Louise

Amigos de infância, com muitas afinidades, inclusive na iniciação no crime. Esse é o perfil dos dois jovens de 17 anos apreendidos ontem (21/09) pela Polícia Civil, suspeitos de assassinar o delegado Vanius Henrique de Campos. Conforme os investigadores, eles confessaram o homicídio, ocorrido na madrugada de sábado num posto de combustíveis da avenida Prudente de Moraes, zona Sul de Belo Horizonte.

Os menores confirmaram ao delegado Frederico Abelha, da Delegacia Centro-Sul, que o assassinato aconteceu em decorrência de uma discussão na loja de conveniência do local. Eles sabiam que se tratava de um policial.

Parentes afirmaram que os dois eram muito ligados desde a infância, vivida no aglomerado do Querosene, próximo ao bairro Luxemburgo, também na zona Sul da cidade. “A promessa deles era sair da vida do crime ao completar 18 anos”, afirmou a irmã de um deles, que pediu para não ser identificada.

Os adolescentes completam a maioridade daqui a menos de três meses, coincidentemente no mesmo dia, em 13 de dezembro. Ambos foram apreendidos com o auxílio da Delegacia de São Joaquim de Bicas, na região metropolitana, em uma estrada de terra na zona rural. A polícia, de posse de informações de parentes e de outros informantes, realizou um cerco no local, não dando chances de fuga.

Despiste

Um dos suspeitos, que aparecia loiro em um vídeo que flagrou o assassinato, pintou os cabelos na cor natural, numa tentativa de despistar a polícia.

A arma usada no crime, que pertencia à vítima, foi localizada em uma “local ermo”, segundo a polícia, no morro do Querosene.

Justificativa

“Eles tiveram uma infância difícil. O pai de um deles já tinha morrido e, do outro, era ausente”, contou um parente.

Os suspeitos foram encaminhados ao Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional (CIA-BH) e podem ficar até três anos detidos em cumprimento de medida socioeducativa. A polícia investiga quem teria auxiliado na fuga.

O corpo de Vanius Henrique de Campos foi sepultado no domingo. Ele trabalhava na polícia há oito anos e estava lotado na Delegacia Adida ao Juizado Especial Criminal (Deajec).

Fonte: Hoje em Dia