Dia Internacional da Mulher – Confira as entrevistas com delegadas de polícia e vereadoras de BH

8 de março de 2017

Hoje é uma data em que comemoramos o Dia Internacional da Mulher, mas essa comemoração tem que acontecer todos os dias. O Sindpol/MG decidiu homenagear todas as mulheres nessa data tão importante, sendo assim, escolheu quatro guerreiras, empoderadas, que são o reflexo das mulheres de nossa atualidade.

Confira abaixo a entrevista ping-pong com a diretora geral do Detran/MG, Dra. Ana Cláudia Perry e o vídeo com a as entrevistas da Dra. Jaqueline Ferraz, diretora do Instituto de Identificação e as vereadoras de BH, Área Carolina e Cida Falabella.

Entrevista Dra. Ana Cláudia Perry

 Quando a sra entrou para a Polícia Civil?

Sou da turma de 1990, fiz Direito na Universidade Federal de Juiz de Fora, formei em 1989, e no ano seguinte entrei para a Polícia Civil, como delegada de polícia.

A sra. enfrentou muito desafio, pelo fato de ser mulher, no ambiente Policial?

 Nós mulheres temos características diferenciadas, eu vejo no sexo feminino astúcia e sensibilidade. Essa conjugação das duas coisas eu acho que leva a gente a um diferencial, que inclusive, talvez em uma análise geral, possa levar a ser o contraponto à força física masculina. As pessoas tendem a pensar que em um ambiente policial somente a força seja necessária, muitos pensam assim devido as Operações. Entretanto, a superação da mulher, podemos perceber, que está em sua astúcia, sensibilidade e outras qualidades que nós mulheres possuímos. Temos visto vários serviços executados por mulheres, que tem ocupado cargos importantes em nossa sociedade. Esses diferenciais femininos são fortes aliados.

 A sra. teve algum problema no decorrer da carreira pelo fato de ser mulher?

Não no âmbito da Polícia, mas me recordo que umas duas vezes tiveram situações com a vítima. A minha equipe deslocou a vítima até a mim, e a mesma me olhou dizendo que queria falar com o delegado de polícia, eu disse pois não, sou a delegada da unidade.

Nunca tive problema na Polícia Civil, porque a nossa Instituição é muito forte, e eu acho que ela se fecha entre nós.  É lógico que sendo mulher às vezes temos que nos impor, mas isso no início da carreira, até as pessoas conhecerem o seu serviço, depois quando eles começam a conhecer a sua forma de agir fica tudo normal.

Pelo que me recordo, dificuldades eu tive apenas no início da carreira, mas como todos têm quando iniciam em uma profissão, isso não é somente na Polícia Civil, mas em toda carreira na qual a mulher ocupa um cargo de gerenciamento, mas com o tempo as pessoas vão conhecendo o seu serviço e tudo se torna natural.

No Detran/MG passaram, até hoje, apenas três mulheres. Vemos que as mulheres tem ocupado muitos cargos de destaques na Polícia Civil, como a sra analisa essas mudanças?

Eu acho que não somente o Detran, mas já se passaram mulheres em outras unidades, inclusive no Conselho Superior, na Academia de Polícia já se passaram mulheres, na Chefia de Polícia, chefes de departamentos, temos mulheres regionais. Eu vejo assim, as pessoas vão se destacando, independentemente de serem do sexo feminino ou masculino, e consequentemente vão almejando e chegando a um cargo.

Eu entendo também que a instituição Polícia Civil é muito sábia, ela observa a questão do gestor nato, da capacidade, independentemente do sexo, isso é muito bom, importante demais, até porque, nós temos que pensar na capacidade do policial, independentemente de ser homem ou mulher.

Qual o recado que a sra. deixa para as mulheres que tem o desejo de entrar para a Polícia Civil

A questão é o seguinte, eu penso que a Polícia Civil é um órgão de extrema importância para a sociedade, porque nós fazemos a investigação policial a nossa atividade fim é o inquérito policial, isto é muito importante, porque a fazemos parte da Segurança Pública que é importantíssima no contexto social, porque é com a Segurança Pública que nós vamos dar a liberdade as pessoas de ir e vir. Temos esse direito Constitucional, mas nós temos que dar segurança para que as pessoas possam exercer esse direito. O serviço policial é estressante, mas ele tem uma característica única, ele não se repete, não cai na rotina. O trabalho policial se inova e, a cada dia, temos uma coisa nova para agir, apesar da nossa atividade disciplinar ser um inquérito policial, ele se torna extremamente interessante, e a mulher tem a capacidade muito grande de se adaptar a cada situação, em decorrência até da capacidade de gerar, porque durante a gestação temos a capacidade de adaptar a qualquer situação.  A mulher tem uma adaptação muito mais rápida a mudanças, a conflitos, até porque, normalmente, nós somos as conciliadoras, então a Polícia Civil ela traz isso, a oportunidade de você a cada dia ter uma atividade diferente, um fato novo que leva ao aprendizado, isso é muito motivador.

 Qual o recado que a sra deixa para as mulheres nesse 8 de março?

Essa data é extremamente importante para nós, foi feito um dia só para a gente, e que neste dia só nosso, que façamos uma reflexão, que possamos repensar como podemos sempre melhorar, tanto no nosso ambiente de trabalho, quanto em nossa harmonia familiar.