Policial Civil foi assassinado e um outro ficou ferido durante uma ‘saidinha de banco’.

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Policial Civil foi assassinado e um outro ficou ferido durante uma ‘saidinha de banco’.

O crime conhecido como saidinha de banco fez mais uma vítima, ontem. O investigador da Polícia Civil Vladimir Batista da Rocha, 47, teria reagido ao assalto e foi morto, na saída de uma agência bancária, no bairro Novo das Indústrias, na região do Barreiro, na capital. O colega de Rocha, Wait dos Santos Almeida, 34, que estava ao lado dele, também foi baleado. Até ontem à noite, Almeida estava internado, sem risco de morte. Ele foi atingido na perna e no braço.

A morte do policial provocou uma grande perseguição, que envolveu policiais civis e militares. Um dos suspeitos, Wallisom Kennedy Silva, 22, preso menos de duas horas após o crime, confessou que atirou no policial. O criminoso havia sido solto, na noite de anteontem, da Penitenciária Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, onde cumpriu pena por roubo de carro.

Ao ser capturado, Wallisom contou que usaria o dinheiro do roubo para fazer a festa de aniversário de um parente. A polícia acredita que outros dois criminosos, foragidos até ontem à noite, participaram da ação. Um deles escapou em uma moto junto com Wallissom e outro, em um carro.

Uma perícia feita no local do crime apontou que o policial foi morto com dois tiros. Um o acertou na cabeça e outro, no peito. Um amigo do agente assassinado, que pediu para não ter o nome divulgado, contou que Vladimir e Wait estavam de folga e teriam ido ao banco a pedido de uma comerciante, amiga de ambos, para descontar dois cheques de R$ 4.450. O dinheiro, disse a testemunha, seria usado no pagamento dos funcionários da comerciante.

Uma fonte contou que os policiais foram surpreendidos, ao deixarem o banco, por dois homens em uma moto. Eles caminhavam até a empresa da comerciante quando um dos criminosos, armado, gritou: “perdeu. Me dá”.

A Polícia Civil não confirma se houve reação ao assalto. “Não sei se o Vladimir iria reagir, mas o fato é que ele levou a mão na cintura e acabou baleado”, disse a comerciante, de 40 anos. Ela assistiu ao crime. Segundo ela, o outro policial conseguiu sacar a arma e atirou na perna de um dos criminosos, que fugiu com Wallisom, na moto, pela contramão, no Anel Rodoviário.

Militares passavam pela região e ouviram os disparos. Wait Almeida foi socorrido no próprio carro. À noite, ele foi transferido para o HPS João XXIII.

Rapidez

Perseguição teve helicópteros
Uma megaoperação, que envolveu policiais civis e militares e dois helicópteros permitiu que o suspeito pelo assassinato do policial fosse preso menos de duas horas após o crime.

A partir das informações dos militares que chegaram ao local do crime, no Barreiro, minutos após o assassinato, uma quantidade enorme de viaturas das duas corporações saiu em perseguição aos suspeitos.
O quarteirão da rua onde fica a empresa para onde o dinheiro descontado era levado foi isolado pelos policiais. Vários curiosos se aglomeraram para acompanhar o trabalho da polícia.Na altura do bairro Betânia, na região Oeste da capital, Wallisom Kennedy, que havia escapado na moto junto com um comparsa, sofreu um acidente. Ele entrou num matagal. Encurralado, se rendeu e confessou o crime. O comparsa, conhecido pela polícia como Ratinho, fugiu. A arma usada contra o policial foi apreendida. Segundo a polícia, o dinheiro do assalto foi recuperado.
O investigador Wait dos Santos, que sobreviveu à ação, é lotado na Delegacia de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Vladimir Batista era lotado na Divisão de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), em Contagem. Ele era casado e tinha quatro filhos, o mais velho de 14 anos e os caçulas trigêmeos, de 3 anos.
O único suspeito preso foi levado para a Divisão Especializada em Operações Especiais da Polícia Civil (Deoesp), onde foi ouvido ainda ontem. Ele deve ser apresentando à imprensa, hoje. “O Vladimir era um amigo de infância e sempre estava presente conosco. Por ser policial, acreditamos que seria mais seguro que ele fosse descontar os cheques. Infelizmente, nem a polícia está mais segura”, disse a comerciante.A mulher contou que pediu a ajuda dos policiais porque em dezembro do ano passado uma cunhada dela foi vítima de uma saidinha de banco, Na ocasião, R$ 100 mil foram levados por dois homens armados. (RV)
Violência

Maio deste ano foi o mês campeão, em 2011, em registros de saidinhas de banco na região metropolitana da capital, segundo a polícia. Em apenas três dias, foram oito ocorrências. A PM
não informa os números absolutos, mas reconhece a “explosão” desse
tipo de crime.

Foco
A região Centro-Sul
da capital lidera as ocorrências. De acordo com levantamento de O TEMPO, dos 46 crimes registrados entre janeiro e maio, 22 foram em bairros da região.

Números
Em 2010, a média mensal de saidinhas de banco em BH foi de 70 ocorrências, ou duas ocorrências por dia.
Reforço
Segundo a Polícia Militar, o policiamento tem sido reforçado no entorno das agências bancárias, principalmente nos dez primeiros dias do mês, quando a maior parte da população recebe salários e faz saques maiores. Em maio, 300 militares do setor administrativo foram para as ruas da capital.

Fonte: JORNAL O TEMPO – online
Link:http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=172821,OTE&busca=policial%20civil&pagina=1
Data: 01/06/2011